-Dia 4-
Querido Gonçalo,
Não és meu irmão mas és a pessoa da minha família da qual se assemelha mais a um, pois passamos a infância juntos, não tanto como gostaríamos, mas ainda assim juntos.
Ainda me lembro quando me atiraste uma pedra à cabeça, quando me puxavas os cabelos, quando me batias, me cuspias para a cara e me chamavas nomes. Memórias de uma, portanto, infância normal. Quem não é a criança que atira uma pedra, por mais pequena que seja, a outra? Ora essa! Sim eu era/sou o mais velho e por isso tinha de dar o exemplo. O exemplo de te ensinar como se fazem “piretes”.
Agora crescemos, toda a nossa inocência e franqueza parece ter desaparecido. Mas o meu apego, o meu sentimento de irmão por ti, isso tenho a certeza absoluta que ainda cá está, e sempre irá estar.
Gostava de te poder contar muito mais acerca de mim daquilo que tu sabes, mas sei que não irias entender. Por isso deixar-te-ei na ignorância, que estando nela sem saber, é-se feliz.
Tenho saudades tuas.
Ps: “pirete”= .|.
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